quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Metade dela está comigo!


Antes de ir para NY, eu tive um sonho. Sonhei com uma menina no meu colo. Uma criança que me fazia muito feliz e que estava sempre ao meu lado. Quando cheguei em NY vi que os sonhos às vezes se tornam realmente realidade.

A Nia é uma das quatro crianças que eu cuidei nestes seis meses. Ela era a minha alegria na tristeza, meu abraço na solidão, meu conforto nos momentos de homesick, meu refúgio, meu cantinho predileto. Ela era e é uma das pessoas mais doces que eu já conheci na vida. Com ela aprendi a amar os defeitos de uma criança. Com ela, aprendi a ser paciente, a ser amável, a ser presente.

Permaneci seis meses com minha antiga família por medo de pedir rematch. Mas, confesso, por ela também. Me imaginar longe dela me causava uma dor e um vazio enorme. Este vazio está aqui agora. Penso nela em cada segundinho do meu dia. Ela se tornou, com apenas cinco anos, um pedaço da minha vida. Sinto que metade dela veio comigo, e que metade de mim está lá com ela.

O sorriso, o jeito bravo de acordar, o jeito de me chamar de Bruny, o jeito tímido, a fome pelo meu arroz e feijão, a paixão pela Dora Explorer, o jeito carinhoso e amável ao secar minhas lágrimas quando eu estava chorando. Enfim, ela se tornou algo dificil de explicar. Por isso, meu segundo post é dedicado a ela.

Claro que amei o Brandon, mesmo com sua rebeldia, ele era especial em sua essência. Não quis me dar um abraço de despedida, se mostrou firme e frio. Porém, quando o carro ligou e ele percebeu minha partida, ele saiu correndo e bateu na porta do carro pedido um abraço. Vê-lo com os olhos cheios de lágrimas me fez chorar tanto, mas tanto. Como foi bom conhecer e fazer parte da vida deste menino. O mesmo aconteceu com o LJ e a Danielle. Com eles, eu nunca tive tanta intimidade, mas sempre nos respeitamos, sempre brincamos, sorrimos e fomos todos muito felizes com nossa convîvência diária. A estas crianças eu só tenho a agradecer. Elas, assim como a vida, me fizeram crescer, amadurecer, evoluir.

Aos pais delas, Doris e Luis, eu também agradeço e muito. Por terem me escolhido para ser a au pair deles, por terem sido pacientes, flexíveis e abertos à minha cultura. Com eles também aprendi, mas acredito que eles também aprenderam, e muito, comigo. Aqueles dois cubos de gelo se derreteram ao longo dos seis meses e, ao perceberem minha quase-ausência, eles demonstraram que sabem ser amáveis e que sabem reconhecer seus próprios erros. Esta familia, mesmo nos trancos e barrancos, foi especial e continuará sendo, tenho certeza.

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