terça-feira, 28 de setembro de 2010

Seis meses em busca da terra do nunca!


Um dia você se vê pegando um avião. Seu rumo é simplesmente Nova York. Aí, você senta, olha pro lado, exuga as lágrimas depois de uma despedida de arrancar qualquer coração e pensa: o que será de mim agora. Você lembra apenas o que o programa vendia: você vai ter o melhor ano da sua vida. Com esta frase em mente, enfrenta mais de 10 horas de viagem, chega em meio à uma primavera que mais parecia o inverno de São Paulo multiplicado por 2, olha um lugar desconhecido e lindo e pensa novamente: é, agora é real.

Foi assim que tudo aconteceu há exatamente seis meses atrás. Eu e mais um grupo de meninas cheias de sonhos viemos para Nova York em busca de uma coisa chamada realização. Sim, pode ser apenas vontade de aprender bem o idioma, ou então vontade de conhecer outra cultura. Pode ser fulga da realidade, vontade de se jogar no novo. Enfim, muitos motivos nos trouxeram aqui, mas apenas um nos manteve, pelo menos no meu caso, e este foi a minha fé.

Me disseram que eu teria o melhor ano da minha vida e eu acreditei. Larguei familia, carreira, amigos e um conforto incomparável para vir ser au pair e cuidar de 4 crianças. Meu Deus, como foi dificil o começo, mas eu superei. Superei a rebeldia das crianças, a frieza dos pais, a direção, os caminhos malucos, a depressão, tudo. E consegui isso porque aquelas duas asas que me trouxeram aqui continuaram comigo.

É por isso que em seis meses, por ter tanta fé, eu acreditei que eu estava feliz, mas que poderia ser mais. Sabe quando buscamos a terra do nunca, aquele lugar desconhecido em que existe a felicidade plena, pois é, eu fui em busca disso.

Sei bem que fui muito feliz aqui, conheci pessoas inesquecíveis e tive momentos incomparáveis, mas isso foi sempre ou quase sempre fora de casa. Eu queria me sentir 100% com minha familia também e isso não aconteceu, pelo menos não da forma que eu esperava. Maldita expectativa. Ela, às vezes, nos faz sonhar demais. E eu sonhei alto, decidi mudar, mesmo com o risco de voltar ao Brasil em duas semanas. Decidi me jogar no novo e buscar uma nova familia. Uma que pudesse me acolher e me tratar como Bruna e não como qualquer coisa. Eu já disse mil vezes, cansei há um bom tempo de aceitar as coisas pela metade. Agora, eu quero sentir tudo por inteiro, porque se não for, pra mim não é de verdade.

Tomar esta decisão de mudar de familia bem prestes a completar seis meses não foi nada fácil. O medo me acompanhou muito. Porém, deixei ele de lado quando li a frase: "Fear and worries are not in God's vocabulary". Verdade, medo e preocupação realmente não podem estar no vocabulário de Deus. Porque ele dá força e abre nosso caminho, você só precisa acreditar. Eu acreditei. Fiquei em dúvida sim, pois ainda me vejo muitas vezes esperando o pior pra mim. Mas veio o sinal que eu precisava. Veio a resposta que eu tanto queria. Estou deixando Nova York meus queridos. Na segunda-feira vou em busca de uma nova história e em uma nova terra. Estou indo para Washinghton DC, ficarei ali pertinho da casa branca...eee.. Estou indo aberta e consciente de que pra dar certo desta vez, eu também tenho que me doar. Coloquei muito a culpa na minha atual familia, mas cheguei à conclusão que eu também preciso mudar. Preciso ser mais aberta e esquecer um pouco o mundo virtual pra poder viver bons momentos ao lado deles. É assim que vou recomeçar esta jornada.

Foram seis meses maravilhosos em Nova York. Não sei inumerar as pessoas fantásticas que conheci, as amizades que conquistei, o quase-amor que encontrei, as aventuras, os risos, os choros, as descobertas. Enfim, tudo vai ficar na minha mente, no coração e aqui registrado no meu blog também. Não vou mudar o nome do meu blog, até porque vou morar há apenas quatro horas de NYC e esta continuará sendo a cidade dos meus sonhos, mas mudo o layout pra comemorar esta nova fase. Pra chamar estes novos 6 ou 9 ou 12 meses que vêm pela frente (isso ainda é algo indefinido pra mim)e dizer: estou te esperando de braços abertos felicidade. Eu sei, ela está vindo ao meu encontro. Não que eu não a tenha encontrado aqui, claro que ela esteve sempre presente. Mas aqui eu senti que ela veio de passagem e nesta nova fase eu sei que ela vai permanecer ao meu lado.

Moral de tudo isso: cresci. Nunca envelheci tanto em seis meses. Não na pele, no corpo, mas na mente. Me sinto madura, preparada, ousada, consciente e feliz. Pra tomar esta decisão, nossa, eu conversei com quem realmente quer meu bem, com quem me puxa pra cima, com quem quer me ver feliz acima de tudo. Então, obrigada Aninha e João Henrique...obrigada também pelo apoio Tati. Todos vocês foram fundamentais na minha escolha. Não por me persuadirem, mas por me mostrarem que minha decisão seria a mais certa.

Termino este post agradecendo a Deus por tudo. Amo minhas crianças atuais e não sei como será. Farei um post em homenagem a eles. Mas quero terminar mesmo dizendo que a gente tem apenas que acreditar. Eu não sei como vai ser em DC, mas eu tenho fé que será muito melhor. To pronta novamente pra sonhar. Bjos a todos e em especial para minhas amigas queridas que conheci na primeira semana aqui...Alice, Karen, Dau, Debora, Maira, Kelly, Gabriela e cia...obrigada por terem feito a primeira e mais dificil semana se tornar doce e inesquecível. Nossa foto é apenas uma pequena lembrança e homenagem!

E, por fim, leia e reflita: "dreams are the illustrations of a book that our soul is writing about us! (os sonhos são as imagens do livro que nossa alma está escrevendo sobre a gente)....

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Miami e os cinco sentidos!


Sabe quando você é criança e senta no sofá pra ficar sonhando em ser adulto e em todas as coisas que você gostaria de fazer um dia? Pois é, eu me lembro que eu passava horas sonhando que um dia eu iria para Miami. Na época, não muito diferente de hoje, eu não sabia muito geografia, então provavelmente eu achava que Miami era um país e não apenas uma cidade...hahah. Porém, em uma coisa eu estava certa, este lugar é tudo mesmo.

Não sei quem apelidou Vegas de Sin City. Na minha opinião, a cidade do pecado é Miami. Gente, é praia, as coisas são muito mais liberadas. Eu vi cenas que em Vegas daria cadeia, sério mesmo. Mas, não vim aqui postar as coisas estranhas de Miami, ao contrário. Quero contar um pouco, mesmo com um atraso de quase duas semanas, o que foi esta viagem de sete dias que, novamente, foi ao lado da minha amiga Tati.

Para Miami fazer sentido, eu tenho que voltar um pouco no tempo. Quando eu tinha 14 anos, me apaixonei por meu melhor amigo. Seu nome é João e eu lembro que naquela época eu chorava tanto, pois meu amor jamais foi correspondido. Aí, aparece esta tal tecnologia que realmente conecta pessoas, passados e histórias. Gente, eu e o Joao voltamos a nos falar pelo facebook e eu não sei se pelo destino ou por mera coincidência, nós estaríamos em Miami na mesma semana.
Eu amo tudo que é inexperado e ter encontrado meu melhor amigo de 11 anos atrás me deixou muito feliz. O João, já um homem feito, recepcionou eu e minha amiga da melhor forma possível. Se tornou ele uma pessoa fantástica e foi ele também que nos apresentou Miami Beach. Por sinal, esta foto é homenagem a nossa amizade que se fortaleceu demais depois dessa viagem.

Eu não quero me prolongar muito neste post, porque tem muita coisa mesmo pra falar. Mas vou resumir Miami como os cinco sentidos. Sim! Visão, Audição, Paladar, Tato e Olfato traduzem muito bem meus sete dias nesta cidade. Vi muita coisa estranha e muita coisa linda naquele lugar. Ouvi coisas que jamais pensei na vida. Senti muita coisa boa. Experimentei muitos sabores diferentes e o perfume, seja do mar ou de um amigo, isto sim fica marcado. Então, vamos aos melhores momentos:

Visão: se posso escolher uma pessoa, este será o Moritz. Se posso escolher uma cena, João, eu e Tati de madrugada no mar.

Audição: não foi a melhor coisa que eu ouvi, mas a mais engraçada e estranha. Uma senhora de uns 70 anos se propôs a proporcionar uma noite de prazer pra mim e pra Tati. Isto a mulher fez em plena luz do dia, enquanto nos pedia um dolar de esmola..hahaha..inesquecível.

Paladar: ah, a salada de macarrão do hostel que eu fiquei...hahaha. Ou então o wrap que eu e a Tati comemos famintas na volta à NYC (por falar em hostel, este é considerado o melhor de Miami e eu posso assinar em baixo).

Tato: tato pra mim aqui vem ao encontro daquela frase que diz: não é uma questão de me entender, ou toca ou não toca. É, eu posso dizer que ele me tocou. Fiquei caidinha por ele. Mais novo que eu sim, mas tão fofo, tão lindo e sensível. Enfim, como em todas as viagens, eu tenho que voltar com alguém no pensamento. Então, dedico este sentido ao Moritz, garoto da Alemanda e que...ah, deixa pra lá!..rs (Tati agora está rindo de mim e pensando, falei que vc estava afim deste menino..hahaha).

Olfato: este sentido vai pro João. Todo dia cheiroso, ele falava, este meu perfume é demais. Passei 7 dias tentando decifrar se era Polo, Fehari, whatever, e no final eu soube que era mesmo uma ótima fragância da Natura..hahaha.

Enfim, foi tudo muito intenso em Miami. Fiquei doente e senti a dor ao máximo. Fiquei feliz e senti a plenitude. Fiz coisas inexperadas, me joguei no novo e desconhecido, mas amei e quero muito voltar. De Ocean Drive a Downtown de Miami, nossa, vale muito a pena conhecer. Ainda mais se você estiver acompanhado de bons amigos. Tati e João são raizes já. Mas não posso esquecer do Marcos. Amigo brasuca que conhecemos no hostel e que se tornou parte da gente...Sofremos quando ele nos deixou pra ir pro Canadá, mas sabemos que em breve nos veremos.

Nossa, isso que eu tentei não ser prolixa.Dá até preguiça de ler, eu sei. Mas eu adoro registrar aqui, pois com o tempo, vou poder lembrar cada detalhe, cada sensação, cada um destes cinco sentidos que tornaram a viagem pra Miami inesquecível.

Bjos a todos!