quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mais que a metade...


Completo neste dia 28 de outubro sete meses nos EUA. Pela primeira vez senti um aperto no coração. Gente, o tempo está passando rápido demais. Mais da metade de um ano já se foi e agora a contagem regressiva para voltar para o Brasil já começou. Pensei no que escrever neste post e não tenho nada em mente. Aliás, tenho sim.

Preciso falar que tenho medo. Medo de não ter aproveitado esse tempo aqui. Medo de não ter aprendido tudo que deveria. Será que meu inglês já está tão bom assim?? Será que comprei o que queria?? Será que cresci o tanto quanto deveria?? E a volta para o Brasil, será que tudo vai ser como sonhei: o novo e esperado maravilhoso emprego; o amor dos meus amigos da mesma forma que deixei, enfim, senti um arrepio hoje. Perceber que só tenho mais cinco meses na terra do tio sam me fez pensar. Será que devo extender e ficar mais um tempo??

Ás vezes, acho que meu inglês continua o mesmo. Não sei se é impressão, mas tenho medo de não ter aprendido tanto quanto deveria. Será que cinco meses são suficientes para estudar dobrado?? E as experiências, será que já vivi o suficiente?? ´

Não tenho nenhuma resposta agora. Sinto muita saudades do Brasil e das pessoas que deixei lá. Porém, ao mesmo tempo, sinto que me adaptei a este País. Aprender todos os dias uma coisa nova me dá energia, ânimo e vontade de aprender mais.
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Tenho dois meses para me decidir se cinco meses serão o bastante ou se vou prolongar esta minha aventura. Porém, enquanto este momento não chega, bora falar de coisa boa.
Estou super ansiosa pelo Halloween. Não porque é uma festa à fantasia, que por sinal contagia os EUA. Mas sim porque vou reencontrar meus amigos de NY. Vou pra Manhattan neste sábado e estou super feliz. Tomara a Deus que a festa, o reencontro e as surpresas sejam maravilhosas e inesquecíveis. Ah, minha fantasia é uma comédia. Vou de pirata punk. É um mix e pirata com pessoa enlouquecida...hahaha. A fantasia está tão curta, que não posso respirar ou mesmo ter um soluço, ao contrário mostro tudo mesmo...hahaha. Mas ok, é uma vez no ano que eu posso ser uma descaradinha por dentro e por fora...rsss

Sei que ainda devo um post sobre minha vida aqui em Maryland e sobre minha familia. Em breve, escreverei sobre isso. Não estou em um momento "host family". Estou muito fechada e reflexiva. Estou avaliando minhas escolhas, a Bruna de antes, a Bruna de agora e a Bruna que quero ser. É um momento de mudança. Mas, o bom é saber que toda mudança gera evolução e não revolução. Então, na busca deste meu crescimento, vou atrás deste auto-conhecimento e, assim que obtiver todas as respostas, eu posto aqui.

Bjos a todos e até o próximo post.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quando a língua atrapalha


Você alguma vez na vida já pagou algum mico enorme, tipo king kong mesmo? Bom, se você quer conhecer a rainha da pagação de mico, muito prazer. Não consigo contar as situações que já me deixaram vermelha, engasgada, com vontade de entrar em um buraco e não sair mais. Meus amigos mais chegados sabem. Já presenciaram vários micos, o que dizer de Fundi, Cinthia e Ana Cristina. Acredito que eles são privilegiados, pois já presenciaram cenas impagáveis.

Enfim, o meu post de hoje é dedicado a mais um deles, que desta vez foi coroado como o maior de todos e tudo porque, advinhem, eu ainda não domino o inglês ou preciso de mais tempo para sentar, ler e entender o que me escrevem.

A verdade é que aprender inglês no Brasil é uma coisa. Nos ensinam tudo correto, frases com gramática correta, etc. Porém, meus amigos, aqui a coisa é diferente. É uma gíria, um tal de abreviar palavra. Se eu não sei a palavra em inglês nem inteira, o que dirá pela metade...hahaha

Não vou entrar em detalhes sobre meu mico, mas posso dizer que recebi uma mensagem doce de alguém que significa muito pra mim e ao invés de retribuir da mesma forma, eu acabei com a pessoa, pois interpretei a maçã como um belo de um abacaxi...O pior é perceber que não foi exatamente pelo inglês, mas sim pela pressa. A língua atrapalhou, mas o mais terrível é que eu novamente agi por impulso. Se tivesse esperado e lido com calma, para então responder também com calma, tudo seria diferente.

Acho que perdi uma oportunidade bacana de manter um amigo..rs. Mas ganhei experiência e, juro, agora só respondo um e-mail de um americano depois de ler 10 vezes, passar pelo google tradutor, mandar pra Ana revisar e, por fim, ler mais uma vez...hahaha

É isso, coisas que a lingua faz com a gente. Ai que trocadilho foi esse..hahaha

Aproveito pra dizer que estou morrendo de saudades de todos e que estou feliz. Em breve, escrevo sobre a nova familia. Mas, adianto uma coisa. Festa à fantasia da Casper foi pouco perto do que vem por ai. Gente, o Halloween está chegando e eu vou pra NYC. Desta vez, o lema da fantasia é soltar a franga, ops, as asas e voar por ai..rs. Vou de pilota de avião. Ui...rs

Bjos!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Alguém viu "essa" Bruna por aí?


Quantas vezes você já mudou o seu "quem sou eu" em alguma das redes sociais que você faz parte? ´Tem gente que muda todos os dias, o que me faz pensar e acreditar que tem gente que realmente vive em constante metamorfose. Mudar é bom, né? Tem gente que muda o cabelo, o endereço, o trabalho. Mas a questão é, como é que a gente muda o que sente aqui dentro?

Eu tenho me questionado muito nestes seis meses longe de família e amigos. Tenho buscado entender quem é a Bruna, sabe. O que ela quer da vida, o que ela espera de si mesma, o que ela espera dos outros. Porém, a cada dia que passa, a cada mês que começa, eu percebo que não chego à conclusão alguma.
Me sinto presa em memórias, em um passado, na minha vida antes dos 20 anos. Me vejo sentindo falta da Bruna alegre, pra cima, romântica. Meu Deus, onde foi parar meu romantismo? Sinto falta da Bruna mulher, sabe. Porque a que está aqui é a estudante, a au pair, a amiga, a filha. Mas a mulher, aquela que se cuida, que é feliz acima de tudo, que deseja, que gosta, que se aventura, vixe, esta eu não vejo há muito tempo. Até encontrei com esta Bruna em alguns momentos deste ano, mas foi tudo tão rápido que nem deu tempo de saber como ela estava.

Mas nem precisava perguntar, estava na cara. A Bruna mulher está fechada, perdida em seu próprio mundo, alimentando seus próprios monstros internos, se esquecendo de si mesma e se privando da ilusão, da paixão, do entusiasmo e até da própria auto-estima.

Ela, eu, nós nos perdemos. Ela saiu de dentro de mim e eu não consigo encontrá-la. Sei que ela precisa de um tempo, mas eu to sentindo falta. Sei que ela precisa refletir sobre tudo que viveu nos últimos anos e porque não dizer nos últimos meses, mas enfim, seria demais se eu pudesse tê-la dentro de mim novamente.

Eu sei gente que este post parece estranho, mas ele é um desabafo. To sentindo falta de mim. Do meu cabelo, das minhas unhas bem feitas, da minha ilusão, paixão ou seja lá o que for que este sentimento tem nome, da minha auto-estima, confiança e sensibilidade. To sentindo falta de cor na minha vida e de sabor. Hoje, se fosse escrever o quem sou eu, resumiria: uma tarde nebulosa, que não sabe se chove ou se abre o sol. Algo bem diferente do que está escrito no orkut, por exemplo. Tá vendo, agora eu entendo porque tem gente que muda tanto o quem sou eu. É porque o verbo está conjulgado errado. O correto seria como estou e não quem eu sou. O nosso estado de espírito pode mudar, mas a personalidade, ah, essa é fixa. A gente não muda personalidade, muda comportamento.

Por isso, assim que eu encontrar essa Bruna aí, eu vou dizer: hoje, você está amarga, se sentindo só, desiludida, e perdida, mas quem sabe amanhã você perceba que tudo não passou de apenas um dia ou alguns meses difíceis. Entra pra dentro menina e se abra para a vida. É, se eu encontrar com ela, é isso mesmo que vou dizer. Estou esperando por você Bruna mulher, agora é só entrar!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A esperança é a poesia da dor!


"A esperança é a poesia da dor"
Li esta frase em um blog e achei que ela cabe muito bem para o meu terceiro post. Afinal, a minha fé e esperança sempre andam juntas. Para acreditar em algo e se jogar no novo, eu acreditei fielmente que dias melhores virão ao meu encontro.

Em dois dias com a nova familia, eu posso dizer uma coisa: em seis meses de EUA, esta é a primeira vez que me sinto em casa. A familia é amável, as crianças são lindas. Porém, demasiadamente elétricas e mimadas. O cachorro é um fofo e se posso escolher por agora as minhas duas pessoas prediletas na casa, eu vou dizer: Frank - meu hostdad que tem 60 anos e é amável, prestativo e gente bonissima, e a Piper, meu bebe de nove meses, que já está me dando trabalho, mas que a cada sorriso me faz ter vontade de começar um novo dia.

Enfim, não deu pra sentir ainda o que está por vir e claro que eu quero escrever melhor e com mais detalhes sobre a familia. Porém, vou esperar um pouco. O que posso dizer é que tenho acesa dentro de mim a esperança de que os próximos meses serão regados de coisas boas. Eu mereço isso e eu acredito que a vida quer me dar tudo de melhor, então eu vou esperar e agradecer desde ja. Obrigada Deus pela oportunidade de recomeçar e por poder escrever um novo capítulo, uma nova história. Obrigada por poder trilhar um novo caminho.

Metade dela está comigo!


Antes de ir para NY, eu tive um sonho. Sonhei com uma menina no meu colo. Uma criança que me fazia muito feliz e que estava sempre ao meu lado. Quando cheguei em NY vi que os sonhos às vezes se tornam realmente realidade.

A Nia é uma das quatro crianças que eu cuidei nestes seis meses. Ela era a minha alegria na tristeza, meu abraço na solidão, meu conforto nos momentos de homesick, meu refúgio, meu cantinho predileto. Ela era e é uma das pessoas mais doces que eu já conheci na vida. Com ela aprendi a amar os defeitos de uma criança. Com ela, aprendi a ser paciente, a ser amável, a ser presente.

Permaneci seis meses com minha antiga família por medo de pedir rematch. Mas, confesso, por ela também. Me imaginar longe dela me causava uma dor e um vazio enorme. Este vazio está aqui agora. Penso nela em cada segundinho do meu dia. Ela se tornou, com apenas cinco anos, um pedaço da minha vida. Sinto que metade dela veio comigo, e que metade de mim está lá com ela.

O sorriso, o jeito bravo de acordar, o jeito de me chamar de Bruny, o jeito tímido, a fome pelo meu arroz e feijão, a paixão pela Dora Explorer, o jeito carinhoso e amável ao secar minhas lágrimas quando eu estava chorando. Enfim, ela se tornou algo dificil de explicar. Por isso, meu segundo post é dedicado a ela.

Claro que amei o Brandon, mesmo com sua rebeldia, ele era especial em sua essência. Não quis me dar um abraço de despedida, se mostrou firme e frio. Porém, quando o carro ligou e ele percebeu minha partida, ele saiu correndo e bateu na porta do carro pedido um abraço. Vê-lo com os olhos cheios de lágrimas me fez chorar tanto, mas tanto. Como foi bom conhecer e fazer parte da vida deste menino. O mesmo aconteceu com o LJ e a Danielle. Com eles, eu nunca tive tanta intimidade, mas sempre nos respeitamos, sempre brincamos, sorrimos e fomos todos muito felizes com nossa convîvência diária. A estas crianças eu só tenho a agradecer. Elas, assim como a vida, me fizeram crescer, amadurecer, evoluir.

Aos pais delas, Doris e Luis, eu também agradeço e muito. Por terem me escolhido para ser a au pair deles, por terem sido pacientes, flexíveis e abertos à minha cultura. Com eles também aprendi, mas acredito que eles também aprenderam, e muito, comigo. Aqueles dois cubos de gelo se derreteram ao longo dos seis meses e, ao perceberem minha quase-ausência, eles demonstraram que sabem ser amáveis e que sabem reconhecer seus próprios erros. Esta familia, mesmo nos trancos e barrancos, foi especial e continuará sendo, tenho certeza.

Meu coração continua batendo lá!


Gente, os últimos dias foram malucos...não tive tempo de parar, raciocinar, escrever, nada. Então, vou fazer 3 posts distintos. O primeiro vai falar sobre a minha despedida. O segundo sobre os momentos em NY com minha antiga familia e o terceiro vai falar sobre esta minha nova fase, agora em MD.

Primeiro post: "Em cada porto e despedida dessa vida esqueci meu coração batendo lá"

Este título pra lá de longo e que traz a frase do Padre Fábio de Melo resume bem o momento que vivi entre os dias 2 e 5 de outubro.
Não foi fácil dizer adeus às pessoas tão queridas que eu tive a sorte de conhecer em NY. Não foj fácil abraçar e pensar que talvez eu não veja mais o rosto ou o sorriso de algum dos grandes amigos que eu encontrei nestes seis meses. Não foi fácil e continua não sendo.

Este post que deveria ser muito longo para descrever as emoções que vivi ao lado dos grandes amigos vai apenas agradecer às pessoas lindas, amáveis, amigas, companheiras, malucas, especiais e amorosas que eu conheci em NY. Cada uma a sua maneira fez com que meus dias fossem mais leves, engraçados, românticos, descompromissados, felizes! Obrigada Simona por ter sido minha primeira grande amiga; obrigada Maia por ser a anja argentina que eu jamais pensei em ter e por ter me apresentado as crianças mais lindas que eu já conheci e que eu já estou morrendo de saudades; Obrigada Tati por ser minha outra metada insana e com um coração enorme, que me encheu de alegria e me deu vida em dias em que eu parecia vegetar;

Obrigada Slavki pela bondade, pelo coração bom, pela amizade e até pelas caras feias em Vegas..rs; Obrigada Chris por me fazer enxergar seu coração e por enxergar o meu por tantas vezes; Valeu Paulo pela sorte em conhecer alguém tão fofo como você. Valeu Vivian, Edu, Steffany, Jazmin, Jerry, Germano, Nina, Pri, Luciana, Diana, Karlita, pessoal de pockipsie, e todas as tantas pessoas que conheci...valeu demais!

Amei ter conhecido vocês, amei os momentos compartilhados, mesmo que tenham sido apenas mensagens no facebook, não importa. Cada um que passou pela minha vida levou um pouco de mim e deixou um pouco de si comigo. É por isso que mesmo em MD, eu posso dizer: meu coração continua e continuará batendo em NY. Amodoro vocês!