terça-feira, 27 de julho de 2010

Mente e coração nos EUA


Quem diria, há quase quatro meses nos EUA a ficha começou a cair de que este é sim um bom lugar para se viver. Tudo depende das companhias e amizades que você encontra aqui.
Semana passada foi meu último dia de aula na Orange. Em setembro, vou para outra universidade, pois terei que estudar de manhã. Mas, o último dia de aula, me pegou de calças curtas. O coração ficou apertado, a garganta ficou seca, meus olhos encheram de lágrimas, tudo isso porque me apeguei à minha turma nestes dois meses de convivência.

Eles eram diferentes, sabe. Engraçado, cada um tinha algo especial. A Berta (peruana) por ter 60 anos e estar tentando agora aprender inglês depois de 20 anos nos EUA. O Nestor (mexicano -42 anos) por sua serenidade e gentileza. O Ricardo (Equador - mais de 40 anos) por sua paz de espírito. O Sergio(California) por ser americano e mesmo assim ter que aprender inglês. A Tati (brasileira) por ter se tornado minha fiel escudeira. O Slavki (Ucraniano) por ser doce e a cada dia mais companheiro. A professora por ser atenciosa, amistosa e acolhedora. Todos especiais e com uma característica em comum: simplicidade. Foi por isso que me identifiquei tanto com eles. Adoro gente simples de coração. Que sabe enxergar a gente além dos olhos. Eles era assim. Por isso, na despedida, eu percebi que não importa onde você esteja, você sempre tem a oportunidade de conhecer alguém especial, que te agregue, que te ensine algo, seja sobre a vida, seja sobre suas crenças, seus costumes...

Nada como o tempo para me fazer valorizar estes momentos, estas pessoas. O Guilherme, um amigo meu, disse uma vez: "Bruna, sinta, ouça e experimente tudo ai como se fosse a primeira e última vez. Você provavelmente nunca mais verá estas pessoas, estes lugares, então viva intensamente". Verdade. É muito provável que eu não vá ver mais eles e muitas das outras pessoas que estou por conhecer. Portanto, a idéia agora é ir a fundo. Quero tudo com a máxima intensidade possivel. Quero sentir as pessoas, os lugares. Quero deixar o Brasil um pouco de lado. Preciso desligar, gente. Não dos amigos e da familia, não é isso. Mas é que preciso valorizar este momento agora para ter certeza que tudo valeu a pena. Preciso que minha mente e coração estejam juntos aqui, nos EUA. Ao contrário, eu vou voltar me lamentando pelos momentos que não aproveitei, pelas pessoas que não conheci, pelos lugares que eu não enxerguei. Não é isso que eu quero. Para voltar completa para o Brasil, eu preciso viver isso aqui por inteiro. E é isso que eu vou fazer.

E pra terminar, deixo uma frase que uma amiga mais que querida me enviou hoje e que me fez refletir muito sobre meu momento aqui. Bjs a todos!

"Viajar é melhor que qualquer faculdade ou pós-graduação. É onde nos reciclamos. Conhecemos o novo e aguçamos a criatividade. Aprendemos a nos relacionar e absorver a cultura alheia. Quando for viajar lembre-se de ir de coração e mente abertos. Essa é a melhor maneira de aproveitar tudo que uma viagem pode nos oferecer. Certamente você fará verdadeiras amizades com pessoas prestativas do mais alto caráter, capazes de nos deixar boquiabertos pelo tratamento e hospitalidade. Viagens assim que deixam na memória lembranças e amigos inesquecíveis...e nos fazem refletir e repensar nossas atitudes".

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